quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ele há cada macaco!


Para não dizerem que este blogue já parece a página da necrologia do jornal, cá vai uma notícia mais ligeira...

O Supremo Tribunal da Áustria decidiu: chimpanzé não pode ser considerado gente.

A Association Against Animal Factories, grupo sediado em Viena que luta pelos direitos dos animais, tentou fazer com que um macaco fosse considerado uma pessoa. Nome de gente, pelo menos, ele tem: Matthew Hiasl Pan. O nome humano também já foi motivo de guerra com a Justiça, em setembro de 2007, noutro “round” desta guerra.

O objectivo do grupo era ser nomeado tutor de Matthew e, assim, ganhar a sua guarda. O Supremo Tribunal rejeitou o pedido.

O abrigo onde Matthew viveu durante 26 anos está à beira da falência, e o chimpazé corre o risco de virar um sem-abrigo. Ele e outra chimpanzé do abrigo, Rosi, foram capturados quando bebés na Serra Leoa, em 1982, e levados para a Áustria para serem usados como cobaias de experiências farmacêuticas. aS autoridades interceptaram a operação e levaram os macacos para o abrigo.

O grupo pretende organizar uma fundação para recolher doações para Matthew, cuja expectativa de vida em cativeiro é de 60 anos. Doadores já se ofereceram para ajudar a sustentá-lo. Mas, pelas leis austríacas, apenas uma pessoa pode receber donativos e presentes.

Os activistas argumentam que apenas sendo tratado como ser humano é possível assegurar, ainda, que ele não seja vendido para fora da Áustria.

Era trazê-lo cá para a Madeira, com tanto macaco que há por aí, era apenas mais um... eheh

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Hoje pus-me a pensar na Morte.

Fui ao funeral da Professora Bernardete Barros, Presidente da Direcção Executiva da Escola Básica 2º e 3ª Ciclos de S. Roque. Diga-se, de passagem, que odeio funerais (aliás, acho que ninguém gosta; a perspectiva da Morte, tão próxima de nós naqueles momentos, incomoda-nos de maneiras diferentes).

Não vou despejar neste texto aspectos sobre a vida da Bernardete (sim, apenas Bernardete, pois é assim que dela me vou lembrar). Apenas quero recordar a importância que ela teve na minha vida e no facto de, neste momento, poder estar a leccionar.

E novamente a ideia da Morte toma conta dos meus pensamentos. Não é novidade nenhuma de que ela afecta mais os vivos do que os mortos (porque estes, segundo sinto, já não terão consciência de que apenas sentimentos e memórias ocupam o vazio do lugar que a eles pertencia).

Só nestas alturas reflectimos no pouco que somos, na humildade que devíamos ter e que perdemos ao longo da vida, ocupando os nossos dias com muito daquilo que não importa, pensando, iludidos e loucos que somos, que vivemos vidas cheias e completas, esquecendo que tudo aquilo que supostamente nos enche fica cá no momento em que tudo acaba.

Dei por mim a pensar nas opções que fazemos, se fizemos bem em ter virado à esquerda quando tínhamos a opção de virar à direita, porque ficámos a dormir até tarde quando tudo lá fora gritava por nós, ou mesmo porque saí da cama quando era lá que queria ficar. Dei por mim a pensar em quem nos acompanha quando de facto precisamos, não de algo material, mas de sentimentos e afectos, nas opções que fazemos em relação às pessoas que connosco vão partilhar tudo da nossa vida e daquilo que somos.

Dei por mim a olhar para o baú das memórias que guardo, das pessoas que passaram, das memórias que ficaram, e todas elas, boas ou más, ficaram aprisionadas numa única lágrima, num único momento em que reflectimos e temos a certeza de que ainda vale a pena sorrir. Uma lágrima, o tempo de uma vida de quase trinta anos...

E dei por mim a agradecer aos que ficaram e aos que passaram, às pessoas que, nem tendo consciência, moldaram-me naquilo que eu sou.

Talvez a Bernardete não tenha tido essa consciência, talvez não lhe tenha dito quando tive oportunidade para isso. E agora já não posso dizer. Resta-me, talvez, viver o melhor que sei, um lugar comum mas que é dos poucos que fazem sentido na vida, do início ao fim... E todos os dias tentar ser um homem um pouco melhor do que fui ontem...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Heath Ledger



Morreu o actor Heath Ledger.
Nunca é uma boa maneira de começar um texto, seja em que circunstância for. Este actor, entre muitos e interessantes papéis, ficou conhecido com o seu papel no filme Brokeback Mountain, onde desafiou as mentalidades de Hollywood... e não só.
As primeiras reacções foram a quente e rotularam o filme como um filme gay, sem qualquer interesse a não ser as cenas de sexo entre dois homens.
Mas para os cinéfilos e para as mentes abertas, o filme, antes de ser um filme gay, ou uma história de amor entre gays, é, acima de tudo, uma história de amor, num misto de experiências, sentimentos e sensações que são universais. Ainda mais tendo em conta que os dois personagens principais foram representados por dois actores considerados galãs no mundo do cinema.
Parabéns por terem conseguido fugir ao senso comum e por não se terem rendido às mentalidades tacanhas que, infelizmente, ainda nos aparecem diariamente a condicionar a nossa vida.
Sem mais palavras, apenas um vídeo de uma entrevista que o actor deu a Ellen, comediante e também actriz e, coincidência ou não, assumidamente bissexual.



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Sonho de uma noite de verão


Bem, depois de muito tempo sem passar por estes lados (sou um menino muito, muito, muito, muito preguiçoso eheh), cá estou eu para dar a conhecer "Sonho de uma noite de verão" de Shakespeare, cuja versão de Hélia Correia a Companhia Contigo Teatro levará à cena, a partir de 20 de Fevereiro, no Teatro Baltazar Dias. A encenação está a cargo de Marco Mascarenha
A mim, cabe-me o papel de Lisandro, um nobre apaixonado pela bela Hérmia. Mas a história complica-se porque Demétrio quer casar com Hérmia, renegando o amor de Helena, que por este tem uma paixão desmesurada.
É esta a base para as aventuras e desventuras deste espectáculo, onde as leis da cidade de Atenas podem tanto quanto as acções de elfos e fadas, de Oberon e Titância, sem esquecer o duende Traquinas.
O elenco já trabalha a todo o vapor desde Dezembro. Apesar de cansativo, pois os ensaios são diários, em horário pós.laboral, e fins de semana, tem sido uma aventura descobrir sentimentos, emoções, sensações, buscar o registo certo e, claro, encontrar, reencontrar e conhecer novos amigos.
Para qualquer informação adicional, podem consultar o site www.contigoteatro.com ou então o nosso blogue http://contigoteatro.blogspot.com/.
Vai valer a pena!!